Os anos/temporadas em que o mundo teve um brasileiro como o melhor goleiro

  Boa tarde, senhores. Eu estou fazendo uma repostagem pois eu não gostei das três postagens que fiz, então decidi excluí-las. Mas eu irei falar sobre novamente.

  Essa postagem será o início de uma franquia de postagens. Irei desde os goleiros até os centroavantes, passando por laterais-direitos (médios-direitos na antiga 2-3-5), zagueiros, laterais-esquerdos (médios-esquerdos na antiga 2-3-5), volantes (centromédios nas antigas 2-3-5 e 3-2-5), meias-centrais, meias-atacantes, pontas-direitas, pontas-esquerdas, segundos-atacantes e centroavantes.

A 2-3-5 é considerada por muitos como a primeira formação do futebol mundial desde os tempos amadores. Ela consiste em um goleiro, dois defensores, três meias de contenção, 2 atacantes internos, dois pontas e um atacante central. Os backs equivalem aos zagueiros, enquanto que os médios-laterais podem corresponder as posições atuais de lateral, apesar de que nem todo médio-direito ou esquerdo jogava no estilo do lateral atual que temos, e a posição de centromédio corresponde a de primeiro ou segundo volante. A posição de interno-direito/esquerdo corresponde a atual posição de meia-atacante/segundo-atacante, como se fossem playmakers ou atacantes mais recuados. As outras posições restantes equivalem as posições atuais de ponta e centroavante. Hoje em dia essa formação foi gourmetizada e transformada nas 4-5-1, 4-1-4-1 ou 4-3-3.

Na 3-2-5, o sistema de jogo é diferente. Os backs laterais equivalem a posição de lateral atual, enquanto que os dois médios equivalem a posição de primeiro volante/segundo volante. O resto ainda tem a mesma função da 2-3-5. Muitos dizem que esta formação virou a atual 3-4-2-1, e eu concordo plenamente.


  As formações eram diferentes uma da outra na questão de marcar também. Na 2-3-5, o normal era que os médios-direitos e médios-esquerdos marcassem outros médios-direitos e médios-esquerdos, ficando também com a função de marcar os extremos. O centromédio tinha a função de marcar os internos e também o outro centromédio adversário. Os dois backs tinham a função de marcar os internos e o centroavante. Na 3-2-5, o back-direito e o back-esquerdo deviam marcar os extremos, enquanto o back-central se encarregava do centrovante. Os dois médios lá no meio-campo deveriam marcar os internos direito e esquerdo. Mas cada time tinha um certo desenrolo na hora do jogo, então nem sempre era assim. Irei utilizar o critério de desempenho pelo clube na temporada e pela seleção no ano calendário.


  Bom, acho que já expliquei o bastante. Aproveitem!


Ano de 1972: Emerson Leão (Palmeiras)


Estatísticas totais por clube e seleção na temporada: 51 partidas jogadas, 22 gols sofridos, 31 partidas sem sofrer gols


21 partidas, 8 gols sofridos e 13 partidas sem sofrer gols pelo Campeonato Paulista de 1972; 26 partidas, 14 gols sofridos e 15 partidas sem sofrer gols pelo Campeonato Brasileiro de 1972; 4 partidas e nenhum gol sofrido pela seleção nacional


Títulos conquistados: Campeonato Paulista (invicto) e Campeonato Brasileiro


Prêmios individuais conquistados: Premiado com a Bola de Prata de 1972 da Placar como o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro de 1972


Principais concorrentes: Sepp Maier, Gordon Banks, Ray Clemence, Heinz Stuy e Pat Jennings


Temporada europeia 2009-10: Júlio César (Internazionale)


Estatísticas totais por clube na temporada 2009-10 e pela seleção no ano de 2010: 61 partidas, 49 gols sofridos, 29 partidas sem sofrer gols


38 partidas, 34 gols sofridos e 17 partidas sem sofrer gols pela Serie A Italiana; 2 partidas e nenhum gol sofrido pela Copa Itália; 1 partida e 2 gols sofridos pela Supercopa Italiana; 13 partidas, 9 gols sofridos e 6 partidas sem sofrer gols; 7 partidas, 4 gols sofridos, 1 assistência e 4 partidas sem sofrer gols pela seleção nacional (5 partidas, 4 gols sofridos, 1 assistência e 2 partidas sem sofrer gols pela Copa do Mundo de 2010)


Títulos conquistados: Campeonato Italiano, Copa da Itália e Liga dos Campeões (vice campeão da Supercopa Italiana)


Prêmios individuais conquistados: Goleiro da temporada da Serie A. eleito o goleiro da temporada da UEFA, eleito o goleiro da temporada da ESM e eleito o jogador do ano da Internazionale


Principal concorrente: Iker Casillas


Temporada europeia 2018-19: Alisson (Liverpool)


Estatísticas totais por clube na temporada 2018-19 e pela seleção no ano de 2019: 61 partidas, 37 gols sofridos, 34 partidas sem sofrer gols


38 partidas, 22 gols sofridos e 21 partidas sem sofrer gols pela Premier League; 13 partidas, 12 gols sofridos e 6 partidas sem sofrer gols; 10 partidas, 3 gols sofridos e 7 partidas sem sofrer gols pela seleção nacional (6 partidas, 1 gol sofrido e 5 partidas sem sofrer gols pela Copa América de 2019)


Títulos conquistados: Liga dos Campeões e Copa América (vice campeão do Campeonato Inglês)


Prêmios individuais conquistados: Vencedor da Luva de Ouro da Premier League; Eleito o goleiro da temporada da Liga dos Campeões; Vencedor do prêmio Yashin; Eleito o goleiro da temporada da UEFA; Vencedor do Samba de Ouro; Eleito o goleiro do ano pela Globe Soccer; Eleito o goleiro do ano da FIFA; Vencedor da Luva de Ouro da Copa América


Principais concorrentes: Marc-André Ter Stegen e Jan Oblak


Menções honrosas:


Anos de 1949 e 1950: Moacir Barbosa, pelo Vasco da Gama (inferior a temporada europeia 1948-49 de Frank Swift, inferior a temporada europeia 1948-49 de Valerio Bacigalupo, inferior a Amadeo Carrizo em 1949 e inferior a Vladimir Beara em 1950)


Ano de 1962: Gylmar, pelo Santos (inferior a Yashin)


Anos de 1969 e 1971: Manga, pelo Nacional (inferior a temporada 1968-69 de Sepp Maier, inferior a temporada 1968-69 de Enrico Albertosi, inferior a temporada europeia 1970-71 de Gordon Banks e inferior a temporada europeia 1970-71 de Ray Clemence)


Ano de 1973: Emerson Leão, pelo Palmeiras (inferior a temporada 1972-73 de Dino Zoff)


Temporada europeia 1990-91: Cláudio Taffarel, pelo Parma (inferior as temporadas 1990-91 de David Seaman, Walter Zenga e Gianluca Pagliuca)


Temporadas europeias 2002-03, 2003-04 e 2004-05: Dida, pelo AC Milan (inferior as temporadas europeias 2002-03 e 2004-05 de Gianluigi Buffon, inferior a temporada europeia 2003-04 de Vítor Baía e inferior a temporada 2004-05 de Petr Cech)


  O primeiro grande goleiro brasileiro foi Jaguaré, com o mesmo sendo creditado como o primeiro a usar luvas de couro no Brasil, além de ter sido um dos, senão o primeiro, a marcar um gol por aqui. Jaguaré teve passagens por Vasco da Gama, Barcelona, Corinthians, Sporting e finalmente atingiu seu auge atuando na França, pelo Olympique de Marseille, onde era conhecido somente como Vasconcelos. Depois dele o Brasil teve Oberdan Cattani, um dos maiores goleiros da história do Palmeiras.

  Barbosa poderia ter sido o melhor goleiro do mundo em 1947 se seu desempenho no primeiro turno do Campeonato Carioca tivesse sido tão bom quanto no segundo turno, apesar de ter sido campeão invicto do Carioca. O mesmo Barbosa foi fenomenal no Campeonato Sul-Americano de Campeões de 1948, inclusive defendendo um pênalti no jogo decisivo contra o River Plate, pênalti esse cobrado por Angel Labruna. Mas Barbosa foi mal no Carioca de 48, tomando gol em 17 dos 19 jogos em que esteve presente, apesar de ter sido vice campeão.

  De início, o ano de 1950 aparentava ser ótimo para Barbosa se firmar como o melhor goleiro do mundo: Amadeo Carrizo e Antoni Ramallets tiveram uma média de quase dois gols sofridos por jogo, Lucidio Sentimenti não estava mais jogando na Juventus, Valerio Bacigalupo havia falecido no primeiro semestre de 1949, Frank Swift havia se aposentado e Roque Máspoli, apesar de ter sido superior ao Barbosa atuando pela seleção de seu país, ainda era reserva do Peñarol por sabe-se qual motivo. A mídia daquela época considerava o goleiro austríaco Walter Zeman, o húngaro Gyula Grosics e o espanhol Antoni Ramallets como os melhores goleiros de seus países naquela época, porém Barbosa foi superior aos três. Juntando a temporada 1949-50 de Zeman e Ramallets e o desempenho deles pela seleção no ano de 1950, ambos sofreram respectivamente 47 gols em 28 jogos e 42 gols em 22 jogos, e olha que Zeman foi eleito o esportista austríaco do ano! Quanto ao húngaro, juntando sua temporada 1949-50 pelo Teherfuvar, sua temporada 1950 pelo Budapest Honvéd e seu desempenho pela seleção no ano de 1950, ele sofreu 73 gols em 49 jogos e foi eleito o melhor goleiro da temporada húngara 1949-50.

  Mas eu mudei de ideia sobre achar que Barbosa era o melhor goleiro do mundo em 1950. Vladimir Beara, lendário goleiro iugoslavo, foi campeão iugoslavo invicto ficando 9 de 18 jogos sem tomar gols, sofrendo 13 ao todo. Infelizmente ele foi reserva do goleiro do Estrela Vermelha pelo fato deste goleiro ter sido campeão na temporada passada e ter mais experiência com a seleção, deixando Beara no banco.

  Para muitos brasileiros, Taffarel era o melhor goleiro do mundo em 1994. Não era nem na Europa, afinal, o grande goleiro Peter Schmeichel não conseguiu classificar seu país. Também tinham outros bons goleiros como Pagliuca, Sebastiano Rossi, Preud'homme, etc.

Comentários