Os anos/temporadas em que o mundo teve um brasileiro como o melhor lateral-esquerdo

 Médios-esquerdos também são laterais-esquerdos. Bom, alguns seriam hoje em dia, né? :)


Anos de 1944: Jayme de Almeida (Flamengo)


Estatísticas totais pelo clube no ano de 1944: 25 partidas, 4 gols marcados


18 partidas e 4 gols marcados pelo Campeonato Carioca de 1944; 7 partidas e nenhum gol marcado pelo Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais de 1944


Títulos conquistados: Campeonato Carioca e Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais


Principais concorrentes: Nenhum


Ano de 1946: Noronha (São Paulo)


Estatísticas totais por clube: 25 partidas, 1 gol marcado


20 partidas e nenhum gol marcado pelo Campeonato Paulista de 1946; 5 partidas e 1 gol marcado pelo Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais de 1946


Títulos conquistados: Campeonato Paulista (vice do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais)


Principais concorrentes: Jayme de Almeida


Ano de 1958: Nilton Santos (Botafogo)


Estatísticas totais por clube e seleção em 1958: 36 partidas, 2 gols marcados, 1+ assistência


19 partidas e 1 gol marcado pelo Campeonato do Estado da Guanabara de 1958; 9 partidas e nenhum gol marcado pelo Torneio Rio-São Paulo de 1958; 8 partidas, 1 gol e 1+? assistências pela seleção nacional (6 partidas, 1 gol e 1 assistência pela Copa do Mundo de 1958)


Títulos conquistados: Copa do Mundo


Prêmios individuais conquistados: Eleito o melhor lateral-esquerdo da Copa do Mundo de 1958


Principais concorrentes: Ladislav Novák

Anos de 1980, 1982 e 1983: Maestro Júnior (Flamengo)


Estatísticas totais por clube e seleção em 1980: 50 partidas, 4 gols marcados, 12? assistências


20 partidas e 5 assistências pelo Campeonato Brasileiro de 1980; 21 partidas, 4 gols e 6? assistências pelo Campeonato Carioca de 1980; 9 partidas e 1 assistência pela seleção nacional


Títulos conquistados: Campeonato Brasileiro


Prêmios individuais conquistados: Premiado com a Bola de Prata de 1980 da Placar como o melhor lateral-esquerdo do Campeonato Brasileiro de 1980


Estatísticas totais por clube e seleção em 1982: 61 partidas, 5 gols marcados, 11? assistências


23 partidas e 6 assistências pelo Campeonato Brasileiro de 1982; 4 partidas, 1 gol e 1 assistência pela Copa Libertadores de 1982; 23 partidas, 1 gol e 1? assistência pelo Campeonato Carioca de 1982; 11 partidas, 3 gols e 3 assistências pela seleção nacional (5 partidas, 1 gol e 2 assistências pela Copa do Mundo de 1982)


Títulos conquistados: Campeonato Brasileiro (vice campeão do Campeonato Carioca)


Prêmios individuais conquistados: Eleito o melhor lateral-esquerdo da Copa do Mundo de 1982


Estatísticas totais por clube e seleção em 1983: 63 partidas, 1 gol marcado, 13? assistências


27 partidas e 7 assistências pelo Campeonato Brasileiro de 1983; 22 partidas, 1 gol e 5? assistências pelo Campeonato Carioca de 1983; 4 partidas e 1 assistência pela Copa Libertadores de 1983; 10 partidas e nenhum gol marcado pela seleção nacional (8 partidas e nenhum gol marcado pela Copa América de 1983)


Títulos conquistados: Campeonato Brasileiro (vice campeão do Campeonato Carioca e da Copa América)


Prêmios individuais conquistados: Premiado com a Bola de Prata de 1983 da Placar como o melhor lateral-esquerdo do Campeonato Brasileiro de 1983


Principais concorrentes: Antonio Cabrini


Temporadas europeias 1996-97, 1997-98, 1998-99, 1999-00, 2000-01, 2001-02, 2002-03 e 2003-04: Roberto Carlos (Real Madrid)


Estatísticas totais pelo clube na temporada e pela seleção em 1997: 60 partidas, 7 gols marcados, 12 assistências


37 partidas, 5 gols e 8 assistências pela LaLiga 1996-97; 5 partidas e 1 assistência pela Copa do Rei 1996-97; 18 partidas, 2 gols e 3 assistências pela seleção nacional (5 partidas e 1 assistência pela Copa América de 1997 e 4 partidas sem marcar gols na Copa das Confederações de 1997)


Títulos conquistados: Campeonato Espanhol, Copa América e Copa das Confederações


Prêmios individuais conquistados: Eleito o melhor lateral-esquerdo da temporada 1996-97 pela ESM; Eleito o segundo melhor jogador do mundo pela FIFA


Estatísticas totais pelo clube na temporada e pela seleção no ano de 1998: 57 partidas, 7 gols marcados, 15 assistências


35 partidas, 5 gols e 8 assistências pela LaLiga 1997-98;  9 partidas, 2 gols e 6 assistências pela Liga dos Campeões 1997-98; 2 partidas e nenhum gol marcado pela Supercopa da Espanha de 1997; 1 partida e nenhum gol marcado pela Copa do Rei 1997-98; 10 partidas e 1 assistências pela seleção nacional (7 partidas e nenhum gol marcado pela Copa do Mundo de 1998)


Títulos conquistados: Supercopa da Espanha e Liga dos Campeões (vice campeão do Campeonato Espanhol e da Copa do Mundo)


Prêmios individuais conquistados: Eleito o melhor lateral-esquerdo da temporada 1997-98 pela ESM; Premiado com o Trofeo EFE como o melhor jogador latino-americano da LaLiga 1997-98; Escolhido para o time do torneio da Copa do Mundo de 1998; Vice-líder de assistências da Liga dos Campeões 1997-98


Estatísticas totais pelo clube na temporada e pela seleção em 1999: 62 partidas, 7 gols marcados, 19 assistências


35 partidas, 5 gols e 10 assistências pela LaLiga 1998-99; 8 partidas e 4 assistências pela Liga dos Campeões 1998-99; 4 partidas e nenhum gol marcado pela Copa do Rei 1998-99; 1 partida e nenhum gol marcado pela Supercopa da UEFA 1998; 1 partida e 1 assistência pela Copa Intercontinental de 1998; 13 partidas, 2 gols e 4 assistências pela seleção nacional (6 partidas e 1 assistência pela Copa América de 1999)


Títulos conquistados: Copa Intercontinental e Copa América (vice campeão da Supercopa da UEFA)


Estatísticas totais pelo clube na temporada e pela seleção em 2000: 67 partidas, 8 gols marcados, 14 assistências


35 partidas, 4 gols e 8 assistências pela LaLiga 1999-00; 3 partidas e nenhum gol marcado pela Copa do Rei 1999-00; 17 partidas, 4 gols e 5 assistências pela Liga dos Campeões 1999-00; 3 partidas e 1 assistência pelo Mundial de Clubes da FIFA de 2000; 9 partidas e nenhum gol marcado pela seleção nacional


Títulos conquistados: Liga dos Campeões


Prêmios individuais conquistados: Eleito o melhor lateral-esquerdo da temporada 1999-00 pela ESM


Estatísticas totais pelo clube na temporada e pela seleção em 2001: 59 partidas, 11 gols marcados, 14 assistências


36 partidas, 5 gols e 10 assistências pela LaLiga 2000-01; 14 partidas, 4 gols e 3 assistências pela Liga dos Campeões 2000-01; 1 partida e nenhum gol marcado pela Supercopa da UEFA de 2000; 1 partida e 1 gol marcado pela Copa Intercontinental de 2000; 7 partidas, 1 gol e 1 assistência pela seleção nacional


Títulos conquistados: Campeonato Espanhol (vice campeão da Supercopa da UEFA e da Copa Intercontinental)


Prêmios individuais conquistados: Eleito o melhor lateral-esquerdo da temporada 2000-01 pela ESM


Estatísticas totais pelo clube na temporada e pela seleção em 2002: 63 partidas, 7 gols marcados, 10 assistências


31 partidas, 3 gols e 5 assistências pela LaLiga 2001-02; 6 partidas e 1 gol marcado pela Copa do Rei 2001-02; 2 partidas e nenhum gol marcado pela Supercopa da Espanha de 2001; 13 partidas, 2 gols e 5 assistências pela Liga dos Campeões 2001-02; 11 partidas e 1 gol marcado pela seleção nacional (6 partidas e 1 gol marcado pela Copa do Mundo de 2002)


Títulos conquistados: Supercopa da Espanha, Liga dos Campeões e Copa do Mundo (vice campeão da Copa do Rei)


Prêmios individuais conquistados: Vice-líder de assistências da Liga dos Campeões 2001-02; Eleito o melhor lateral-esquerdo da temporada 2001-02 pela ESM; Eleito o melhor lateral-esquerdo da Copa do Mundo de 2002; Eleito o melhor defensor da temporada 2001-02 pela UEFA; Eleito o segundo melhor jogador do mundo pela France Football


Estatísticas totais pelo clube na temporad ae pela seleção em 2003: 60 partidas, 8 gols marcados, 17 assistências


37 partidas, 5 gols e 11 assistências pela LaLiga 2002-03; 15 partidas, 1 gol e 3 assistências pela Liga dos Campeões 2002-03; 1 partida, 1 gol e 1 assistência pela Supercopa da UEFA de 2002; 1 partida e nenhum gol marcado pela Copa do Rei 2002-03; 1 partida e 1 assistência pela Copa Intercontinental de 2002; 5 partidas, 1 gol e 1 assistência pela seleção nacional


Títulos conquistados: Campeonato Espanhol, Supercopa da UEFA e Copa Intercontinental


Prêmios individuais conquistados: Eleito o melhor lateral-esquerdo da temporada 2002-03 pela ESM; Eleito o melhor defensor da temporada 2002-03 pela UEFA


Estatísticas totais pelo clube na temporada e pela seleção em 2004: 61 partidas, 9 gols marcados, 12 assistências


32 partidas, 6 gols e 6 assistências pela LaLiga 2003-04; 7 partidas, 1 gol e 3 assistências pela Copa do Rei 2003-04; 8 partidas, 2 gols e 1 assistência pela Liga dos Campeões 2003-04; 2 partidas e 1 assistência pela Supercopa da Espanha de 2003; 12 partidas e 1 assistências pela seleção nacional


Títulos conquistados: Supercopa da Espanha (vice campeão da Copa do Rei)


Prêmios individuais conquistados: Eleito o melhor lateral-esquerdo da temporada 2003-04 pela ESM


Estatísticas totais pelo clube na temporada e pela seleção em 2006: 51 partidas, 6 gols marcados, 7 assistências


35 partidas, 5 gols e 6 assistências pela LaLiga 2005-06; 7 partidas e nenhum gol marcado pela Liga dos Campeões 2005-06; 3 partidas e 1 gol marcado pela Copa do Rei 2005-06; 6 partidas e 1 assistência pela seleção nacional (4 partidas e nenhum gol marcado pela Copa do Mundo de 2006)


Títulos conquistados: Nenhum


Principais concorrentes: Ashley Cole (temporada 2003-04)


Temporadas europeias 2010-11, 2016-17 e 2017-18: Marcelo (Real Madrid)


Estatísticas totais pelo clube na temporada e pela seleção em 2011: 52 partidas, 6 gols marcados, 10 assistências


32 partidas, 3 gols e 6 assistências pela LaLiga 2010-11; 6 partidas e 1 assistência pela Copa do Rei 2010-11; 12 partidas, 2 gols e 3 assistências pela Liga dos Campeões 2010-11; 2 partidas e 1 gol marcado pela seleção nacional


Títulos conquistados: Copa do Rei (vice campeão do Campeonato Espanhol)


Prêmios individuais conquistados: Eleito o melhor lateral-esquerdo da temporada 2010-11 pela UEFA; Eleito o melhor lateral-esquerdo da Liga dos Campeões 2010-11; Eleito o melhor lateral-esquerdo da temporada 2010-11 pelo L'Équipe


Estatísticas totais pelo clube na temporada e pela seleção em 2017: 52 partidas, 5 gols marcados, 14 assistências


30 partidas, 2 gols e 10 assistências pela LaLiga 2016-17; 3 partidas, 1 gol e 1 assistência pela Copa do Rei 2016-17; 11 partidas e 2 assistências pela Liga dos Campeões 2016-17; 1 partida e nenhum gol marcado pela Supercopa da UEFA de 2016; 2 partidas e nenhum gol marcado pelo Mundial de Clubes de 2016; 5 partidas, 2 gols e 1 assistência pela seleção nacional


Títulos conquistados: Campeonato Espanhol, Liga dos Campeões, Supercopa da UEFA e Mundial de Clubes


Prêmios individuais conquistados: Eleito o melhor lateral-esquerdo da temporada 2016-17 pela UEFA; Eleito o melhor lateral-esquerdo do mundo pela FIFA; Eleito o melhor lateral-esquerdo do ano pela ESPN; Eleito o melhor lateral-esquerdo da Liga dos Campeões 2016-17; Eleito o melhor lateral-esquerdo da temporada 2016-17 pela ESM; Eleito o melhor lateral-esquerdo do mundo pela IFFHS


Estatísticas totais pelo clube na temporada e pela seleção em 2018: 52 partidas, 5 gols marcados, 11 assistências


28 partidas, 2 gols e 6 assistências pela LaLiga 2017-18; 11 partidas, 3 gols e 4 assistências pela Liga dos Campeões 2017-18; 2 partidas e nenhum gol marcado pelo Mundial de Clubes de 2017; 2 partidas e 1 assistência pela Supercopa da Espanha de 2017; 1 partida e nenhum gol marcado pela Supercopa da UEFA de 2017; 8 partidas e nenhum gol marcado pela seleção nacional (4 partidas e nenhum gol marcado pela Copa do Mundo de 2018


Títulos conquistados: Supercopa da Espanha, Supercopa da UEFA, Liga dos Campeões e Mundial de Clubes


Prêmios individuais conquistados: Eleito o melhor lateral-esquerdo da temporada 2017-18 pelo L'Équipe; Eleito o melhor lateral-esquerdo do ano pela ESPN; Eleito o melhor lateral-esquerdo da temporada 2017-18 pela UEFA; Eleito o melhor lateral-esquerdo do mundo pela FIFA; Escolhido para o time dos sonhos da Copa do Mundo de 2018; Eleito o melhor lateral-esquerdo da Liga dos Campeões 2017-18; Eleito o melhor lateral-esquerdo do mundo pela IFFHS


Principais concorrentes: Alex Telles (temporada 2017-18)


Temporada europeia 2015-16: Filipe Luís (Atlético de Madrid)


Estatísticas totais pelo clube e pela seleção: 53 partidas, 2 gols marcados, 5 assistências


32 partidas, 1 gol e 4 assistências pela LaLiga 2015-16; 10 partidas e nenhum gol marcado pela Liga dos Campeões 2015-16; 3 partidas e nenhum gol marcado pela Copa do Rei 2015-16; 8 partidas, 1 gol e 1 assistência pela seleção nacional (3 partidas e 1 assistência pela Copa América de 2016) 


Títulos conquistados: Nenhum (vice campeão da Liga dos Campeões)


Prêmios individuais conquistados: Eleito o melhor lateral-esquerdo da temporada 2015-16 pela ESM


Principais concorrentes: Marcelo


Menções honrosas:


Anos de 1943, 1945, 1947, 1948 e 1949: Noronha, pelo São Paulo (inferior a Schubert Gambetta em 1943, 1945 e 1947, inferior a Joe Mercer em 1948 e inferior a Jimmy Dickinson em 1949)


Ano de 1959: Altair, pelo Fluminense (inferior a Roger Marche e Ladislav Novák)


Ano de 1960: Nilton Santos, pelo Botafogo (inferior a Ladislav Novák e Hilário)


Ano de 1981: Maestro Junior, pelo Flamengo (inferior a Antonio Cabrini)


Temporadas europeias 2004-05 e 2005-06: Roberto Carlos, pelo Real Madrid (inferior a Ashley Cole na temporada 2004-05, inferior a Gianluca Zambrotta na temporada 2005-06 e inferior a Mariano Pernía na temporada 2005-06)


Temporada europeia 2005-06: Serginho, pelo AC Milan (inferior a Gianluca Zambrotta, Philipp Lahm, Roberto Carlos e Mariano Pernía)


Temporadas europeias 2011-12, 2013-14, 2014-15 e 2015-16: Marcelo, pelo Real Madrid (inferior a Philipp Lahm na temporada 2011-12, inferior a David Alaba na temporada 2013-14, inferior a Filipe Luís nas temporadas 2013-14, 2015-16 e 2016-17 e inferior a Jordi Alba na temporada 2014-15)


Temporada europeia 2013-14 e 2016-17: Filipe Luís (inferior a David Alaba na temporada 2013-14 e inferior a Marcelo na temporada 2016-17)


Temporada europeia 2016-17: Alex Sandro (inferior a Marcelo)


Temporada europeia 2017-18: Alex Telles, pelo FC Porto (inferior ao Marcelo)


  O primeiro grande lateral-esquerdo nascido no Brasil não foi Nilton Santos, não foi Roberto Belangero, não foi Noronha, não foi Jorge Sacramento, e também não foi Jayme de Almeida. Ele era um judeu de 1,90 de altura, descendente de russos judeus e criado na Argentina, mas nascido em São Paulo. Seu nome era Aarón Wergifker, uma lenda do River Plate. Foi um dos melhores médios-esquerdos de sua era, e talvez o melhor de toda a América Latina. Como seus pais se mudaram para a Argentina quando o mesmo tinha 3 meses e desde então foi criado lá, eu decidi não considerá-lo como brasileiro, apesar do mesmo ter nascido no território.

  De acordo com o Blog A Nação, Jayme de Almeida foi eleito o melhor médio-esquerdo das Américas em 1946. Schubert Gambetta não atuou como médio-esquerdo neste ano, e sim como médio-direito, então não há como dizer que um foi melhor que o outro na posição. Mas ainda assim, eu duvido muito que Jayme de Almeida era o melhor no que fazia, até mesmo em solo brasileiro. Quando chegou o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais de 1946, no final do ano, Jayme de Almeida não era o titular na posição de médio-esquerdo, e sim Jorge Sacramento, pernambucano do Vasco da Gama. Ao meu ver o melhor médio-esquerdo do Brasil era o gaúcho Noronha, capitão da máquina tricolor paulista dos anos 40. Tanto é que quando o Brasil disputou dois amistosos contra o Uruguai em abril de 1947, Noronha foi o titular em ambas as partidas. E também não havia muitos concorrentes que atuassem em seu estilo, então eu coloquei o mesmo Noronha como o melhor lateral-esquerdo do mundo em 1946 já que os outros médios-esquerdos tinham um estilo mais virado para primeiro volante ou segundo volante.

  Eu estive prestes a botar o mesmo Noronha como o melhor lateral-esquerdo do mundo em 1948 e 1949, já que tanto Schubert Gambetta quanto Victor Rodriguez Andrade não estavam atuando na posição. Eu fiquei hesitante quanto ao Joe Mercer e ao Jimmy Dickinson, que eram jogadores que de fato atuavam na posição de médio-esquerdo. Apesar de ocupar a posição de médio-esquerdo, a Wikipédia inglesa disse que Joe Mercer era um defensor, ou seja, tecnicamente, de acordo com a Wikipédia, ele era um lateral-esquerdo. Fui pesquisar sobre Jimmy Dickinson na Wikipédia inglesa, e a mesma dizia que era um left-half, ou seja, médio-esquerdo. Fui pesquisar na Wikipédia portuguesa só para checar, e a mesma dizia que atuava na posição de ala-esquerdo e de defensor, o que me deixou com mais duvida ainda. Por último, eu fui pesquisar sobre ele no Transfermarkt, e logo de cara o site me disse que ele era um meia-esquerda, o que meio que equivale a posição de ala-esquerda hoje em dia, que é um ponta que atua mais no meio-campo, como na 4-4-2 ou na 3-4-3, com o ala atuando na linha de 4 do meio-campo. A posição secundária que o site indicava era justamente de lateral-esquerdo, então eu vasculhei ainda mais pelo site procurando seus dados de desempenho completos. E lá apareceu relatórios de que ele jogava de meia-central, lateral-esquerdo e até mesmo zagueiro. Me convenci de que ele era um lateral-esquerdo mesmo, mas que podia ocupar o meio-campo como um primeiro ou segundo volante. Roberto Belangero jogava no mesmo estilo dele.

  Falando em Belangero, seu auge foi de 1952 até 1956, e me arrisco a dizer que ele era um dos melhores médios-esquerdos, e talvez o melhor, em 1954. Mas como lateral de fato, haviam negos melhores. Tinha o húngaro Mihaly Lantos, do lendário MTK Budapest de Nándor Hidegkuti e da lendária seleção dos magyares húngaros dos anos 50, o espanhol Joan Segarra, capitão do lendário Barcelona dos anos 50, o francês Roger Marche, membro do Stade de Reims de Raymond Kopa, etc. Todos estes jogadores ocupavam a posição de back-esquerdo, mas na 3-2-5 de seus times.

  Eu vou explicar o porquê eu quase coloquei Altair como o melhor lateral-esquerdo do mundo em 1959 ao invés do Nilton Santos. Pra começar, Nilton Santos não foi titular na Copa América de 1959. Motivo? Eu acredito que ele se lesionou logo no primeiro jogo, afinal foi substituído aos 43 do primeiro tempo por Coronel, lateral-esquerdo do Vasco, quando o jogo estava 2 a 0 pro Brasil contra o Peru, ambos os gols marcados por Pelé. E no Rio-São Paulo de 1959, o mesmo Nilton só jogou 2 jogos, que se não me engano, foram os últimos do torneio. No Campeonato Carioca de 1959, Nilton Santos jogou somente 4 dos 11 jogos do primeiro turno, e no segundo turno a defesa do Botafogo foi muito mal, tomando um 6 a 2 do Flamengo, um 4 a 1 do Bangu, uma outra goleada sofrida contra o Vasco e outros 3 gols sofridos contra o Fluminense, num jogo histórico que acabou 3 a 3. Nilton Santos jogou outros 13 jogos dos restantes do segundo turno. Altair era uma das peças mais importantes da muralha defensiva do Fluminense, formada por uma linha de 3 com o Altair ocupando a posição de back-esquerdo. A defesa do Fluminense foi excelente, sofrendo somente 9 gols em 22 jogos, e acredito que a presença do goleiro Castilho ajudou muito também. Dentre os dois, adivinham quem foi o titular absoluto na defesa pelo Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais de 1959? O Altair. Nilton Santos não foi chamado. É possível que ele tenha tido uma temporada ruim individualmente com o Botafogo. Além disso, não consegui encontrar um concorrente a altura naquele ano. Eu até pensei em Joan Segarra, mas o mesmo havia deixado a posição de lateral e começado a atuar como médio na 3-2-5 do Barcelona. José Maria Zárraga, que atuou como back-esquerdo na 3-2-5 do Real Madrid na final da Copa Europeia 1958-59 contra o Stade de Reims, atuou na maioria de seus jogos como um médio na 3-2-5. Os melhores wing-backs esquerdos do mundo eram o tchecoslovaco Ladislav Novák e o francês Roger Marche, que por sinal, ficou em vigésimo quinto no Ballon D'Or de 1959. Hilário da Conceição, back-esquerdo do Sporting Lisboa, também estava em alta.

  Falando em Nilton Santos, o mesmo já não era absolutamente um lateral-esquerdo em 1960. Pelo Botafogo ele jogou 14 partidas como centromédio/meia, 3 partidas como médio-esquerdo na 2-3-5 e uma partida como zagueiro. Pela seleção, porém, ele jogou todos os 8 jogos como um lateral-esquerdo de fato. Dos 26 jogos oficiais que ele jogou naquele ano, 15 deles não foram na lateral. Ladislav Novák e Hilário eram laterais-esquerdos puros, atuando sempre na 3-2-5. O auge de Nilton começou logo em 1956, apesar dele se destacar desde antes. Mas em 1956 e 1957 ele atuava na maioria absoluta dos jogos como back-esquerdo na 2-3-5, inclusive na seleção. Atuava como médio-esquerdo na 2-3-5 e como back-esquerdo na 3-2-5 também, mas só de vez em quando. Ele era mais zagueiro do que lateral-esquerdo mesmo. Em 1958 ele jogava de back-esquerdo na 3-2-5 do Botafogo, e era com certeza o melhor do Brasil ao lado de Coronel, apesar do Coronel ter tido uma temporada de mais sucesso pelo Vasco da Gama, já que foi campeão tanto do Rio-São Paulo quanto do Carioca daquele ano. Em 1961 e 1962 ele só estava a atuar como lateral-esquerdo pela seleção mesmo, virando um zagueiro/meia pelo Botafogo em todos os jogos.

  O Brasil teve outros ótimos laterais-esquerdos tanto na época Nilton Santos quanto na época pós Nilton Santos. Além de Coronel e Altair, também tinha Rildo, Paulo Henrique e Everaldo. A concorrência era muito grande, infelizmente. Só na América Latina, tinha o uruguaio Omar Caetano, do Peñarol, que era titular da seleção uruguaia, dentre vários outros bons laterais-esquerdos estrangeiros daquela época.

  Marinho Chagas foi um grande lateral-esquerdo dos anos 70, com muitos da época o considerando o melhor lateral-esquerdo do mundo. Em 1972 e 1973 ele foi eleito o melhor lateral-esquerdo do Campeonato Brasileiro e foi muito bem na Copa de 74, mas nesta época os melhores laterais-esquerdos eram o holandês Ruud Krol e o alemão Paul Breitner. Marinho Chagas voltaria a ser eleito o melhor lateral-esquerdo do Campeonato Brasileiro de 1981, mas tanto o Junior quanto o argentino Cabrini foram melhores.

  Marco Antônio também foi um dos grandes laterais-esquerdos do Brasil nos anos 70. Seu melhor ano foi o de 1975, onde ele marcou 6 gols em 51 jogos e foi eleito o melhor lateral-esquerdo do Brasileiro de 75, e assim, se firmando como o melhor lateral-esquerdo das Américas. Mas tanto Paul Breitner quanto Rainer Bonhof, dois alemães, eram melhores. Rainer Bonhof foi escolhido para a seleção do ano da World Soccer em 1975 na lateral enquanto Breitner estava no meio-campo, enquanto que em 1976 quem estava na lateral-esquerda era o alemão madrilenho. Não posso garantir com 100% de certeza o quanto Breitner mudava de posição, mas Bonhof era com muita frequência. Phil Neal, lenda inglesa do Liverpool, também alternou muito da lateral-direita para a esquerda na temporada 1975-76. Naquele tempo também haviam os laterais argentinos Ricardo Pavoni e Alberto Tarantini. Ruud Krol, que andava a atuar de lateral-esquerdo, estava atuando como líbero. Ainda por cima, me lembrei que a Alemanha também tinha o alemão Bernard Dietz como lateral-esquerdo, que por sinal era um lateral bem ofensivo e com uma média alta de gols, que já foi eleito sete vezes o melhor lateral-esquerdo da Bundesliga. A Alemanha tava bem de laterais, hein?

Comentários