Os anos/temporadas em que o mundo teve um brasileiro como o melhor segundo volante

 Anos de 1919, 1920, 1921 e 1922: Amílcar (Corinthians)



Estatísticas totais por clube e seleção em 1919: 22 partidas, 9 gols marcados (10 partidas como médio-direito, 1 partida como centroavante, 9 partidas como centromédio e 2 partidas desconhecidas)


18 partidas e 8 gols marcados pelo Campeonato Paulista de 1919; 4 partidas e 1 gol marcado pela Copa América de 1919


Títulos conquistados: Copa América


Estatísticas totais pelo clube em 1920: 16 partidas, 12 gols marcados


16 partidas e 12 gols marcados pelo Campeonato Paulista de 1920


Títulos conquistados: Campeonato Paulista


Estatísticas totais pelo clube em 1921: 22 partidas, 17 gols marcados


22 partidas e 17 gols marcados pelo Campeonato Paulista de 1921


Estatísticas totais pelo clube e seleção em 1922: 26 partidas, 15 gols marcados


18 partidas e 13 gols marcados pelo Campeonato Paulista de 1922; 3 partidas e nenhum gol marcado pelo Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais de 1922; 5 partidas e 2 gols marcados pela Copa América de 1922


Títulos conquistados: Campeonato Paulista, Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais e Copa América


Principais concorrentes: Nenhum (Karel Pesek e Luis Monti eram centromédios como primeiros volantes)



Ano de 1964: Gérson (Botafogo)


Estatísticas totais pelo clube e seleção: 36 partidas, 12 gols marcados


24 partidas e 5 gols marcados pelo Campeonato Carioca de 1964; 9 partidas e 5 gols marcados pelo Torneio Rio-São Paulo de 1964; 3 partidas e 2 gols marcados pela seleção nacional


Títulos conquistados: Torneio Rio-São Paulo


Principais concorrentes: Mário Coluna, Josef Masopust e Jim Baxter


Ano de 1966: Dirceu Lopes (Cruzeiro)


Estatísticas totais pelo clube: 24 partidas, 21 gols marcados


17 partidas e 17 gols marcados pelo Campeonato Mineiro de 1966; 7 partidas e 4 gols marcados pela Taça Brasil de 1966


Títulos conquistados: Campeonato Mineiro e Taça Brasil


Prêmios individuais conquistados: Vice artilheiro do Campeonato Mineiro de 1966


Principais concorrentes: Nenhum


Ano de 1971: Roberto Rivellino (Corinthians)


Estatísticas totais pelo clube e pela seleção: 48 partidas, 16 gols marcados


22 partidas e 10 gols marcados pelo Campeonato Brasileiro de 1971; 19 partidas e 5 gols marcados pelo Campeonato Paulista de 1971; 7 partidas e 1 gol marcado pela seleção nacional


Títulos conquistados: Nenhum


Prêmios individuais conquistados: Premiado com a Bola de Prata do Campeonato Brasileiro de 1971 como o melhor meia-atacante da competição (por algum motivo quem foi eleito o melhor meia-central foi o Dirceu Lopes, mas ambos os dois estavam jogando no meio-campo nas respectivas 4-2-4 de seus times); Escolhido para o time do ano da World Soccer


Principais concorrentes: Nenhum



Ano de 1979 pelo Internacional e temporada europeia 1982-83 pela Roma: Falcão


Estatísticas totais por clube e seleção em 1979: 70 partidas e 18 gols marcados


20 partidas e 5 gols marcados pelo Campeonato Brasileiro de 1979; 5 partidas e 1 gol marcado pela seleção nacional (3 partidas e 1 gol marcado pela Copa América de 1979); 45 partidas e 11 gols marcados pelo Campeonato Gaúcho de 1979


Títulos conquistados: Campeonato Brasileiro (invicto) (vice campeão do Campeonato Gaúcho)


Prêmios individuais conquistados: Premiado com a Bola de Ouro de 1979 da Placar como o melhor jogador do Campeonato Brasileiro de 1979; Eleito o terceiro melhor jogador das Américas pelo jornal El Mundo


Estatísticas totais pelo clube na temporada 1982-83: 39 partidas, 10 gols marcados


27 partidas e 7 gols marcados pela Serie A 1982-83; 8 partidas e 2 gols marcados pela Copa da UEFA 1982-83; 4 partidas e 1 gol marcado pela Copa Itália 1982-83


Títulos conquistados: Campeonato Italiano


Prêmios individuais conquistados: Premiado com o Onze D'Argent como o segundo melhor jogador do mundo pela France Football e eleito o terceiro melhor jogador do mundo pela World Soccer


Principais concorrentes: Sócrates (ano de 1983)



Menções honrosas:


Anos de 1961 e 1962: Didi, pelo Botafogo (inferior a Danny Blanchflower em 1961 e inferior a Josef Masopust em 1962)


Ano de 1963: Lima, pelo Santos (inferior a Josef Masopust, Mário Coluna e Jim Baxter)


Anos de 1965, 1967 e 1968: Gérson, pelo Botafogo (inferior a Mário Coluna em 1965, inferior a Martin Peters em 1967 e 1968 e inferior a Pirri em 1967 e 1968)


Ano de 1969: Rivellino, pelo Corinthians (inferior a Dirceu Lopes e a Martin Peters)


Anos de 1968 e 1969: Dirceu Lopes, pelo Cruzeiro (inferior a Gérson em 1968, inferior a Pirri em 1968, inferior a Martin Peters em 1968 e 1969 e inferior a Pirri em 1968)


Anos de 1981, 1982 e 1983: Sócrates, pelo Corinthians (inferior a Paul Breitner em 1981 e 1982 e inferior a Paulo Roberto Falcão em 1982 e 1983)


Temporada europeia 1981-82: Falcão, pela Roma (inferior a Paul Breitner)


Temporada europeia 1984-85: Maestro Junior, pelo Torino (inferior a Lothar Matthaus e a Bernd Schuster)


Temporada europeias 2005-06 e 2006-07: Deco, pelo Barcelona (inferior a Steven Gerrard nas temporadas 2005-06 e 2006-07, inferior a Patrick Vieira na temporada 2005-06, inferior a Frank Lampard nas temporadas 2005-06 e 2006-07 e inferior a Clarence Seedorf na temporada 2006-07)


  O primeiro grande meio-campista do Brasil em geral foi Amílcar. Começou atuando no ataque, mas atingiu seu auge atuando como centromédio com uma média absurda de gols.

  Ao contrário do que muitos dizem, o Didi jogou como um inside-forward por maior parte da sua carreira, só a partir do início dos anos 60 que ele viria a jogar como meia-central frequentemente. Hoje em dia ele seria um meia-atacante, ou então um meia-central.

  Dirceu Lopes seria um meia-atacante hoje em dia com toda certeza, porém quando ele jogava pelo Cruzeiro ele jogava no meio-campo junto do Wilson Piazza na 4-2-4. Piazza como volante, Dirceu como o meia-central que criava as jogadas pra equipe. Não tinha justificativa para terem deixado o Dirceu de fora daquela Copa do Mundo de 1966, pois naquele ano ele se consolidou como o melhor jogador do Brasil junto de Tostão e Toninho Guerreiro, devido a ausência de Pelé causada por lesões.

  Martin Peters era um médio-direito quando jogava pelo West Ham, e que também podia jogar no ataque. Hoje em dia ele seria um meia-central que poderia jogar de meia-atacante. Eu quase coloquei Mimis Domazos como o melhor meia-central do mundo em 1971, mas considerando alguns dados que eu olhei, acredito que ele estava jogando de segundo-atacante na 4-2-4 ou de médio-atacante na 2-3-5 ou 3-2-5. Se bem que eu vi ele jogar de meia na 4-2-4 também, né? Também não tive certeza se Pirri jogou de meia-central pelo Real Madrid em 1971, mas o Rivellino foi superior de qualquer jeito. Cubillas e Van Hanegem eram meias-atacantes, então estão fora de cogitação. Se bem que Rivellino também foi superior ao Van Hanegem de qualquer jeito também.

  Quando Zenon chegou ao Corinthians, em 1981, Sócrates passou a jogar mais recuado, como um meia-central, devido a sua chegada. Assim, Sócrates acabou atingindo seu auge na carreira. Pelo Botafogo de Ribeirão Preto, Sócrates jogava como segundo-atacante, com o time jogando numa 4-2-4/4-4-2, e quando finalmente foi para o Corinthians no segundo trimestre de 1978, ficou alternando entre a posição de meia-atacante e centroavante. Em 1980, Sócrates jogou 32 partidas como meia-atacante e 18 como meia-central, ou menos. Sócrates teve um dos anos mais artilheiros da história de um meia-central em 1983, e se não fosse pelo Falcão, Sócrates seria o melhor meia-central do mundo.

  Ademir da Guia foi superestimado.

  Não tenho como definir ao certo se Falcão jogou mais como primeiro ou segundo volante pela Roma na temporada 1983-84, mas sei que ele não era o melhor do mundo em sua posição em nenhuma das duas, nem ele e nem Cerezo. Jogadores como Graeme Souness, Jean Tigana e Bryan Robson foram superiores a eles naquela temporada. Eu iria mencionar o Alain Giresse aqui pelo fato do mesmo ter jogado de meia-central na Eurocopa de 1984 junto do Jean Tigana com o Michel Platini de meia-atacante, mas Giresse atuava de meia-atacante pelo Bordeaux enquanto Tigana seguia atuando como um segundo volante. A razão pela qual eu não coloquei Falcão como o melhor meia-central na temporada 1981-82 se deu pelo fato de que Paul Breitner, apesar de não ter jogado nada na Copa de 82, foi muito superior atuando pelo seu clube, sendo talvez até mais importante do que o Rummenigge na temporada do Bayern. Mas o Falcão era o segundo melhor em sua posição, com certeza. 

  O mesmo Falcão poderia ter sido o melhor PRIMEIRO volante do mundo de 1976 até 1979, mas quem atuava nas posição pelo Inter naquela época era o Caçapava, e quando não era o Caçapava, era o Batista. Mas o Falcão costumava jogar na posição de vez em quando.

  Rivellino, em seu primeiro ano pelo Fluminense, jogou mais como segundo-atacante, tanto é que não jogou nenhuma partida como meia-central pelo Carioca de 75, e em 1976 o melhor meia-central do mundo era o holandês Johan Neeskens. Jogou muita bola em 1977 também, mas jogou a maioria de seus jogos como meia-atacante ou então como segundo-atacante pelo tricolor carioca.

  Eu não sei se o Maestro Junior jogou de volante ou de meia-central na temporada 1984-85 pelo Torino, mas ela não era o melhor de sua posição nem em uma e nem em outra. Matthaus e Schuster >>>.

  Renato Morungaba jogou demais no Campeonato Brasileiro de 1978 como meia-central, mas foi mal no Paulista. Renato foi um dos melhores meias-centrais do mundo em 1982 e 1983, mas a concorrência era absurda!

  Thiago Alcântara, filho do Mazinho, infelizmente nasceu e foi criado lá na Europa, nunca chegando a atuar pela seleção brasileira.

  Gérson e Rivellino foram ótimos na Copa de 70, apesar do Rivellino atuar de ponta-esquerda e o Gérson de meia-central. Mas as temporadas de ambos os dois pelos seus clubes foram HORROROSAS. Até o Dirceu Lopes, que nem convocado foi, jogou melhor que eles pela temporada brasileira de seus clubes.

  Em 1961, Didi jogou 29 jogos oficiais, sendo 16 como inside-forward e 13 como meia-central, o que tecnicamente o faz um meia-central/meia-ofensivo ao mesmo tempo. Vou explicar o porquê, e este porquê envolve o Tottenham da temporada 1960-61.

  A formação do time inglês era uma 2-3-5. Bill Brown como goleiro; Peter Backer como back-direito e Ron Henry como back-esquerdo; Danny Blanchflower como médio-direito, Maurice Norman como centromédio e Dave Mackay como médio-esquerdo; Cliff Jones como extremo-direito, John White como interno-direito, Bobby Smith como centroavante, Les Allen como interno-esquerdo e Terry Dyson como extremo-esquerdo. Nenhum dos médios-laterais jogariam de laterais hoje em dia, enquanto que a Wikipédia Inglesa classifica Maurice Norman, o centerhalf, como zagueiro. Uma coisa que muitos pesquisadores fazem é classificar centromédios como zagueiros, por exemplo: Orlando Peçanha, que era um centromédio, é considerado zagueiro. Billy McNeill, capitão dos Lisbon Lions do Celtic dos anos 60, era um centromédio que hoje seria considerado zagueiro. Billy Wright, lenda do Wolverhampton, também. José Santamaria, lendário zagueiro uruguaio, também atuava na posição de centromédio com certa frequência. Minha teoria é:

  Digamos que na 2-3-5 de um certo time, tanto o médio-esquerdo quanto o direito atuassem como legitimos laterais, como o Flamengo do início dos anos 40 que tinha Jaime de Almeida na esquerda e Biguá na direita, apesar dos ambos terem um estilo meio diferente como Jaime sendo mais ofensivo e Biguá sendo mais defensivo... Tecnicamente falando, esse time é uma 4-3-3, já que os internos da linha de 5 muitas vezes eram os playmakers do time, atuando um pouquinho mais recuados. Agora digamos que nesta 2-3-5, um dos médios laterais atuassem como um legitimo lateral em jogo, enquanto que o outro atuasse mais no rolo de meio-campista, como o Boca Juniors dos anos 60 em que Carmelo Simeone, o médio-direito do time, era um legitimo lateral-direito enquanto que o brasileiro Orlando Peçanha, médio-esquerdo do time, tava mais pra um primeiro volante. O que acontecia para equilibrar o time era: O back-esquerdo do time, que no caso deste time do Boca Juniors era o Silvio Marzolini, que a própria Wikipédia espanhola considera um lateral-esquerdo, caia mais para a ponta defensiva enquanto que o back-direito virava o back-central, e o médio-direito virava um back-direito improvisado, deixando o primeiro e o segundo volante lá no meio-campo. No caso deste time do Tottenham, em que nenhum dos médios laterais atua como um legitimo lateral, o centromédio costuma recuar e virar uma espécio de zagueiro ou líbero, enquanto que os backs caem para as pontas e os outros médios que sobraram ficam lá, aliás o Lisbon Lions do Celtic era assim, com Billy McNeill atuando como uma espécie de terceiro-zagueiro ou líbero apesar de ser um centromédio. Inclusive, aqui no Brasil, quando existia a 3-2-5 na mesma época em que a 4-2-4 foi criada, o primeiro volante costumava ser chamado de quarto-zagueiro. Essas "posições" sempre existiam no meio do jogo a depender de como o time jogava.

  Agora vamos ao ponto: Danny Blanchflower era meio que o segundo-volante daquele Tottenham, e levou seu time a ser campeão tanto da FA Cup quanto da liga inglesa sendo eleito o futebolista da temporada 1960-61 pela FWA. Foi melhor do que o Didi, infelizmente, apesar de jogar num estilo diferente.

  Falcão foi o melhor meia do Brasil em 1978, que para mim, foi o ano que deu início ao seu auge, mas eu acho que ele não era nem o melhor meia-central das Américas, e sim o peruano César Cueto, que formou o maior meio-campo da história do Alianza Lima e talvez da história da seleção peruana: José Velásquez como volante, Cueto como meia-central e o monstro sagrado Teófilo Cubillas como meia-atacante. Tanto é que ele foi eleito o oitavo melhor jogador das Américas naquele ano no prêmio de Rei da América, enquanto Cubillas ficou em quinto. Na Europa teve outros meias que foram tão bons e talvez até melhor do que o Falcão naquele ano. Não muitos, mas haviam. Vou citar o belga René Vandereycken como um exemplo, que já era um meia que chamava muita atenção no cenário europeu desde a temporada 1974-75, sendo uma das principais, senão a principal estrela do Club Brugge do meio dos anos 70 que chegou na final da Copa da UEFA 1975-76 e da Copa Europeia 1977-78, perdendo ambas as finais para o Liverpool.

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